Por que repetimos?
- Hellen Alberton
- 1 de mar. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 21 de mar. de 2024
Por vezes você pode se perguntar o motivo de agir sempre da mesma maneira, repetindo certos modos de responder às situações. Até se cobrando ou se sentindo mal por lidar com as coisas desta forma. Porém, isso faz parte do modo de funcionamento humano.
Frequentemente, escuto pessoas que se questionam sobre os motivos pelos quais procrastinam, adiando tarefas diárias, estudos, cuidados com a saúde ou até mesmo postergando escolhas em relação ao caminho profissional e o rumo de um relacionamento, por exemplo.
Há aquelas que fracassam da mesma maneira nos trabalhos que empreendem, seja por alguma insegurança em relação ao desempenho ou por não conseguirem se adaptar ao ambiente de trabalho que estão inseridas, não encontrando sentido no que fazem.
Para alguns a questão está nos relacionamentos, sejam amorosos, familiares ou de amizades, que por vezes se constituem por excessos de brigas, ausências e/ou barreiras afetivas. O contrário também existe: pessoas que não conseguem usufruir da vida, mesmo quando tudo vai bem, não se permitindo viver de modo mais prazeroso.
Poderíamos pensar numa solução mágica na qual apenas parássemos de repetir tais comportamentos, ações ou crenças pela força da nossa vontade consciente. Afinal de contas, muitas delas causam sofrimento e impedem a vida de seguir seu fluxo.
Porém, as repetições possuem um caráter compulsivo - não no sentido patológico – mas, sim, por insistirem em retornar. Estão ligadas às memórias, fantasias, traumas, ou seja, elementos da história de vida de cada um.
Repetimos porque por vezes é a única maneira que sabemos, por não conseguir recordar e elaborar os conflitos e vivências, localizados a nível inconsciente. O trabalho de psicoterapia/análise busca compreender tais repetições, elevando-as, não a um problema em si, mas como parte do tratamento.
A partir da associação livre você fala livremente sobre o que lhe acomete e o psicólogo escuta, investigando os conflitos inconscientes. Assim, o método psicanalítico busca, de repetição em repetição, a construção de um saber com o qual cada um possa dar um destino para aquilo que insiste e buscar novos modos de ser e estar no mundo.

Por que repetimos?