Do que se fala numa psicoterapia?

Somos seres da linguagem, da comunicação. Nascemos inseridos num contexto social e cultural, com costumes da nossa localidade – cidade ou país – dentro de um núcleo familiar que tem sua própria genealogia e histórico.

Ocupamos um lugar desde cedo. Quem nunca ouviu pais muito esperançosos falando dos planos que tem para o futuro dos seus filhos? “ Fulano será médico ou cicrana será mãe e nos dará netos”. Também, há aqueles que ouviram de pessoas próximas o quanto eram estudiosas e comportadas ou arteiras e agitadas, por exemplo, carregando para a  vida adulta tais características.

Falamos, mas primeiro fomos falados pelas pessoas que nos cuidaram e desejaram, que cumpriram a função de educar e ensinar, sejam pais, professores ou familiares.

Os planos sonhados e as características faladas são muito importantes e fazem parte da constituição do ser humano. Porém, em algum momento é necessário avançar. Questionar os caminhos que foram desenhados, as características que por vezes se fixaram para construir os próprios caminhos. “Quero isso que desejaram para mim? “Sou de fato isso que falaram? “ O que eu quero?”

É claro que essas questões, do que se quer e deseja,  por vezes não estão claras para todos. Aparecem na forma de angústia, mal-estar com a vida, indecisões, sintomas de pânico ou ansiosos, em alguns casos até nas formas depressivas. Sintomas sem aparente explicação consciente. O processo de psicoterapia entra nesse cenário. Quando você vai ao psicólogo pode falar livremente sobre o que lhe acomete, se questionar e aprender a sustentar suas escolhas. 

Falar a um psicólogo é fundamental, pois este não só ouve, como escuta ativamente o que lhe é endereçado. Interpreta, pontua e silencia quando necessário. Buscará, junto com você, construir eticamente, saídas possíveis, que não passam por conselhos, mas por uma nova forma de narrativa sobre o que lhe acomete e uma ótica nova sobre a vida.

O que se faz numa psicoterapia?